segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Estética (Do gr. aisthetiké, «sensitivo») harmonia de formas e cores

Ora bem: serve este post para publicitar o meu novo projecto.

Comecei a criar a minha própria roupa. Desenho-a e executo-a... Enfim... Mais sarna para me coçar. Não posso é estar parada.

O nome da marca já está escolhido:

αισθητική

que não é mais nem menos que Estética em grego.


Pensei neste nome porque associo o grego ao belo... e as minhas criações serão, com toda a certeza, belas. A estética surgiu devido à sua própria definição: harmonia de formas e cores.

O logo está a ser pensado e certamente dentro de pouco tempo será aqui apresentado.

A primeira criação já está feita. Podem ver as fotos em baixo.

O modelo não é lá grande coisa mas não há orçamento para mais...

Espero que gostem! Aceitam-se encomendas :-D
















segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Letras (Do lat. littèra-, «id.») cada um dos caracteres do alfabeto

Este post dedica-se inteiramente à importância das letras numa dada palavra e também as consequências que podem surgir aquando da troca ou da omissão das mesmas.
Antes demais um breve parênteses (os meus post's não seriam meus se não tivessem parênteses). Quando escrevo a palavra letra, ou letras, logo me vem à memória aquela obra prima da poesia, tão conhecida, querida e ternurenta.
"Com duas letrinhas apenas,
Se escreve a palavra mãe!
Que sendo das mais pequenas,
é a maior que mundo tem!"
Qual Camões foi capaz de criar tal quadra, tão grandiosa e provida de sentimento e carinho?
Tinha de partilhar convosco este momento pois nunca é demais relembrar e recordar tão bonito poema.
Mas o tema Mãe já foi aqui abordado e não me quer tornar repetitiva.
Ora, o que está aqui em discussão é:
"A importância das letras!"
(dizer com sotaque de português do Brasil)
Há largos anos que este tema atormenta a minha mente.
A certa altura da minha vida recebi um mail em que se lia um texto com várias letras (vogais) omitidas. O objectivo era provar que o cérebro humano não precisa de ler a integridade das palavras (ou das letras que a compõem) para que lhe seja possível entender, na totalidade, o sentido e significado da mensagem do texto. Muito interessante... deveras! Mas também se pode tornar muito embaraçoso.
Hoje, no meu emprego, ao actualizar a minha lista de contactos, deparei-me com um endereço de e-mail referente a uma fábrica em Olhão que se apresentava da seguinte maneira:
fabricolhao@...
A minha reacção foi "Má k'jête moço!!!". Fiquei deveras indignada e achei que quem tinha criado aquele endereço não tinha noção das repercussões que aquilo poderia trazer.
É como a outra que se chama Maria Mil Homens Penetra... Mil Homens tudo bem. Penetra era de evitar. Dois é bom, três é demais.
Telefonei a confirmar o mail não fosse eu estar a cometer um daquelas gafes. E confirmou-se. Ao soletrar o endereço f-a-b-r-i-c-o-l-h-a-o, porque dizê-lo seria embaraçoso, a Sra. do outro lado disse:
-"Falta um A, menina, falta um A!"
E soltou uma risada.
Seria portanto:
fabricaolhao@...
Melhor! Muito melhor!
Mostrei aqui uma das consequências de omitir uma letra de uma palavra.
Agora... e o facto de se trocar uma letra de uma palavra? Também vos garanto que pode criar situações muito pouco "à vontade".
Há uns anos atrás, numa qualquer noite de copos passada na nossa tasca da Ericeira, alguém que estava a contar uma história, trocou uma letra de uma palavra. Não me lembro qual. Depois de ouvir as muitas reclamações dos ouvintes, respondeu:
-"Mas também... que diferença faz a troca de uma letra numa palavra?"
Ao que o Zé Rebanda respondeu, prontamente, com uma das mais espontâneas e espirituosas
respostas que ouvi:
-"Olha! É a diferença entre baralho e caralho!"
(Mil perdões pela linguagem pouco educativa, mas tinha de ser!)
Ora aí está. A troca de um B por um C na palavra baralho faz mesmo toda a diferença.
Entretanto a Pati chamou a atenção para outro exemplo. Se trocarmos na palavra cangalho o C por um M... voltamos ao mesmo tema.
E se no vosso trabalho acontecesse uma situação parecida?
Pois...
Há uns dias atrás estava eu às voltas com mais um dos meus orçamentos e era necessário escrever em memória descritiva que certo capítulo não tinha sido considerado por falta de definição em projecto.
Ora, o parágrafo (de minha própria autoria) da memória descritiva que iria ser entregue ao CLIENTE, rezava assim:
"(...) de salientar que o capítulo V referente às escadas exteriores do Hotel, não foi considerada neste orçamento, por falta de definição nas piças desenhadas (...)".
É a diferença entre um E e um I...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Mãe (Do lat. matre-, «id.») mulher que dispensa cuidados maternais

Cá estou eu de novo para partilhar convosco mais uma das teorias que tenho andado a desenvolver.

Desta feita o tema é: MÃES!

Aqui há tempos em conversa com o, já vosso conhecido, Guga, o meu companheiro de dissertações completamente sem nexo mas que preenchem grande parte do nosso tempo de convívio, falávamos sobre o facto de termos vindo os dois "aterrar" no Algarve. Como é que isso tinha acontecido, se alguma vez tínhamos pensado nisso... Eu pela parte que me toca, caí aqui completamente de pára-quedas. Não tinha ligações algumas nem com Algarves, nem com algarvios, tenho algumas pessoas de famílias cá, mas que nem sequer são de cá (acho que no fundo também caíram aqui de pára-quedas), a minha família não tinha por hábito passar aqui férias ao contrário dos 7 milhões de portugueses que estiveram aqui no passado Agosto... enfim... tudo leva a crer que foi mesmo um mero acaso.

Enganada estava eu, e o Guga abriu-me os olhos.

A teoria dele, com a qual eu concordei de imediato, é que, enquanto somos bebés as nossas mães não nos sussurram aos ouvidos músicas de embalar, nem "meu precioso bebé, dorme bem", nem cutshi cutshi nas bochechas. O que elas fazem realmente, quando tudo está em silêncio no T2 alugado nos arredores de Lisboa, quando tudo está calmo e a única coisa que se ouve são os indivíduos lá fora a darem tiros uns aos outros, é sussurrarem-nos ao ouvido "Algarve... Algarve...". Muito baixinho, mas muito intenso... "Algarve... Algarve...". Com que intuito? Com o intuito de "quando formos grandes" eles (os pais, os avós, o cão e o chapéu de sol) poderem vir para o Algarve passar férias "de graça".

Agora é assim: a malta é jovem, se veio para o Algarve, foi para trabalhar e ainda não tem propriamente uma vida muito estável para ter um T2 ou T3. Tem-se um T0 ou T1 (que já é um luxo) e é quando não se aluga apenas um quarto em que apenas se tem acesso à cozinha e WC.

Agora... como é que se põe os avós, os pais, os cães e o chapéu de sol a dormir em tão pouco espaço? Quer dizer até se põe. Os avós ficam no quarto, os pais no sofá cama da sala, o cão pode ficar na cozinha, o chapéu de sol não se importa certamente de ficar na bagagem do carro e nós, os próprios proprietários da casa, ficamos onde?

Depois de uma forma muito sui generis viram-se para nós e dizem: "acho que te iria fazer jeito teres um daqueles colchões insufláveis, para quando recebes visitas". Notem bem: o que eles querem dizer com o "para quando recebes visitas" é "para quando nós viermos cá passar 15 dias em Agosto tu teres onde dormir, ou seja, num colchão quente que arranha e que passados dois dias estás com uma dor tão grande nas costas que até a banheira te parece uma confortável cama de casal com colchão ortopédico e com lençóis de cetim".

Ainda têm a lata de dizer: "mas deixa estar que nós pagamos...".

Outra dissertação que tenho andado a desenvolver é o facto de as mães parecerem saber tudo o que nos vai na alma. São uns seres fantásticos e muito perspicazes que se nós (e agora desculpem-me a expressão) dermos um peidinho elas já sabem que comemos sopa de feijão encarnado e que, se calhar, um bocadinho mais de sal não fazia mal. Isto tudo transmitido por uma chamada de telemóvel, atenção. Basta nós darmos um "Ai" que elas já sabem, só pelo tipo de "Ai" mais agudo, ou mais grave, ou mais ou menos prolongado, se se trata de um ai de felicidade ou de tristeza e se o assunto é amoroso, profissional ou pura e simplesmente... cansaço. Mas é que nunca falham, pá!!!! Isto torna-se muito irritante, garanto-vos. No dicionário devia aparecer como sinónimo de mãe, bruxa! Não das feitiçarias mas sim das adivinhas... Aquela expressão: "Eu não acredito em bruxas, mas 'pero qué las hay, hay'" não é mais de que um reconhecimento a todas as mães deste nosso planeta.

A minha teoria é: quais sexto sentido quais quê!!! Qual amor de mãe. Eu também gosto muito da minha mas não é pelo facto de ela tossir que eu sei quantos cigarros é que ela fumou desde as 8 da manhã até à hora do telefonema!!!???? (Por acaso até sei porque a minha progenitora não fuma). O que eu acredito, sinceramente que se passa, é que as mães, esses seres ternurentos pelos quais temos tanta estima, são maquiavélicas ao ponto de, enquanto nos sussurram aos ouvidos o "Algarve... Algarve..." introduzem-nos nas íris dos olhos umas câmaras telescópicas para que possam seguir todos os nossos movimentos durante a vida toda. Nunca viram um bebe a adormecer? Que abre e fecha os olhos várias vezes? Não está a adormecer nada... está a habituar-se àquele objecto estranho no seu corpo, na sua íris. Porque é que se põe aqueles brinquedos pendurados nos berços? Não é nada para estimular as crianças, mas sim para que as mesmas olhem bem para a frente enquanto que as "queridas" mães lhes furam as pupilas com a micro câmara de filmar. Até inventam nomes de doenças como miopia e estigmatismo só para poderem por micro câmaras topo de gama? Isto é no mínimo de pessoas calculistas que não olham a meios para atingir os seus objectivos. Quando se começa a usar óculos ou lentes somos nós, os filhos, que decidimos? E a primeira consulta quem a marca? E podemos ser nós a escolher o médico? Claro que não "Ah e tal, vamos à Dra. Isabel Castro porque a tia Josefina quando tinha cataratas foi lá e ficou muito satisfeita!". Isto porquê? Porque a “Dra. Isabel” está comprada pelas mães e ao receitar-nos os óculos não está mais a fazer com que de n em n tempo termos de ir lá, para ela ter um motivo para que nós vamos fazer a manutenção à câmara, tal e qual como se faz com os carros.

Chega minha mãe! Amanhã vou pôr uns panos pretos de frente dos olhos! Eu não vejo mas tu também não vês...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Nostalgia (Do gr. nóstos, «regresso» +algos, «dor», pelo fr. nostalgie, «id.») sentimento de tristeza motivado por profunda saudade

Jottinha: esta é para nós! Saudades dos tempos em que esta coreografia fazia parte das nossas animadas noites na tasca :-)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Chunga (De origem obscura) de fraca qualidade; ordinário, reles

Amigos, conhecidos, outros indivíduos e visitantes deste meu humilde blogue. Cada vez mais o mundo me surpreende e cada vez mais a velha expressão "desde que vi um porco a andar de bicicleta no Rossio, já acredito em tudo", faz mais sentido.
Há coisas que não combinam, não jogam, não são compatíveis: lilás com vermelho, sardinhas com coca-cola, bacalhau com arroz, moças muito altas com moços muito baixos. Mas há aquelas que são completamente impossíveis de imaginar, pelo menos na minha cabeça.
Ora imaginem lá um gay e um chunga a co-habitarem no mesmo corpo? Não... não é um gay e um chunga a tomarem café um com o outro. É esse gay e esse chunga, "ambos os dois" no mesmo corpo a beber café!!!!
Ora, foi já num destes fins de semana que se passou em que, numa esplanada de uma bem conhecida avenida da minha Lisboa, me sentei para beber café, em muito boa companhia. No tempo de espera entre o vir e não vir da ansiada bica, algo me chamou a atenção na mesa da frente e, como de costume, lá fiquei eu a observar a vida alheia, no seu sentido literal. Eu bem que tento não o fazer mas tenho os sentidos muito apurados e oiço e sinto tudo... sabem aquela "cena" dos super-heróis que parece que ouvem tudo e vêem tudo o que se está a passar até no andar de cima do edifício? Eu nos cafés, transportes públicos, praia, e qualquer sítio público, sinto-me assim. Com a diferença que não vou vestir uma capa vermelha e salvar uma donzela em perigo mas sim, e apenas, satisfazer a minha curiosidade e calhandrice nata.
Voltando ao tema central.
Algo me chamou a atenção e creio que foi a maneira de falar dos ocupantes da mesa. Um deles, lembro-me até, que falava ao telemóvel com uma das mãos e a outra estava apoiada no joelho do seu parceiro do lado.
Estava eu a pensar no que a sociedade mudou nos últimos anos (e ainda bem) quando de repente... XANAN!!! Eis que ele surge em frente de meu olhar. Virado para mim e na mesma mesa dos indivíduos de que falava no parágrafo anterior, vestindo uma t-shirt branca de cavas e expondo o seu fio de ouro ao mundo, eis que se apresenta a pessoa à qual não tive a menor hesitação de chamar:

"O Gay Chunga"

Não serei capaz, certamente, de descrever tal espécime porque só vendo se percebe tamanha complexidade da coisa.

Mas com todo o meu esforço vou tentar.

Imaginem um daqueles obrais... chungas ordinários que cospem para o chão, coçam os testículos, assobiam sem dedos enrolando a língua de uma forma que eles sabem fazer e que não perdoam a passagem de uma rapariga/mulher/ser do sexo feminino. Aqueles que emitem grunhidos de suas cordas vocais que soam a qualquer coisa como: "Oh flor! Dá para pôr?". Aqueles que à porta das tascas seguem com seu olhar "matador" todas as fêmeas que passam enquanto que, com toques de malabarismo, enrolam o palito na boca e conseguem com que este dê uma volta. Aqueles que usam a bela da t-shirt manga cava, que na zona dos sovacos (sim porque estes não têm axilas) exibem uma mancha amarelada que condiz com o belo do calção de tecido pelos joelhos que de tão baixa cintura se consegue o "mealheiro" entre a zona do tronco e das pernas. E claro... aquele que usa o fio de ouro por entre os seus másculos pelos no peito com a cruz de Cristo pendurada...

Agora imaginem esta mesma personagem... Gay!

Não joga, não é compatível, parece impossível existir... mas existe e eu tenho testemunhas. estava num café de uma esquina da Avenida Almirante Reis, bem pertinho da Alameda.

Peguem na personagem descrita atrás e tirem-lhe 20 anos e os amarelados dos sovacos (aqui já se pode chamar axilas). Substituam os calções por umas jeans bem apertadinhas (que é para os tin-tins ficarem bem apertadinhos para conseguir ter AQUELE andar), com correntes que ligam a presilha aos bolsos de trás. Retirem o palito e substituam pela cruz de Cristo que está pendurada no fio e misturem-lhe uma pastilha elástica. O grunhido desaparece e é substituído por uma voz assim como que...um homem a tentar imitar uma mulher a falar e tentando sempre pôr (e nunca percebi porquê) um sotaque meio de Cascais. Ah... e obviamente, substituam a fêmea por um macho.

Deixem tudo o resto. Forma de estar, a micose que insiste em atacar, o mesmo palavreado ordinário, o mesmo movimento de língua que, acrobaticamente, vira o palito, ou neste caso, a pastilha e a cruz, a mesma t-shirt de manga de cavas... tudo igual mas em versão Gay.

Só vendo é que dá para acreditar e eu tive esse privilégio.

Claro que, não pude evitar, e imaginei-o logo no meio de uma das "minhas" obras.

Eu não queria estar na pele dos operários seus colegas. Sim porque sendo "obral" tem uma aptidão natural para piropos do mais rasco que pode haver, sendo hetero, bi, a ou homossexual.

Mas sendo este ultimo havia de ser o festival.

Aí não seriam as meninas ingénuas que passam por debaixo dos andaimes das obras as vítimas dos obrais, mas sim estes últimos, as vítimas de seu próprio colega, o Gay-Chunga. Ele seria o leão, eles seriam os veados (em português claro, porque em brasileiro os papeis invertem-se).

Já estou a imaginar esta alma na obra com o capacete pendurado na presilha das calças a correr por aqueles andaimes "a fora" atrás dos ditos veados, com sua voz anasalada a gritar:

"Oh minha flor, sua puta! Com esse teu pandeiro, não ias só obrar a minha casa, não!!!"

P.C.P: espero não ferir susceptibilidades com este meu post...